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O que é o Projeto VeMulhé!?

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

"ver o meu “pai” com o pinto pra fora e tentando enfiar em mim, causou pânico" (Depoimento nº01)



"Meu “pai”, alguém que eu tinha como herói, tornou-se a criatura mais abominável a cruzar meu caminho.


Dos seis aos oito anos de idade, sofri vários abusos do meu “pai”. Era sempre a mesma coisa: minha mãe saia para trabalhar e nos deixava a sós. Normalmente eu estava vendo tv, fazendo o dever da escola ou, até mesmo, dormindo quando ele se aproximava. Eram aproximadamente 15 minutos de tortura psicológica.

Meu “Pai” beijava minha boca, tirava a minha roupa, tocava a minha vagina e fazia sexo oral enquanto se masturbava. Digamos que esse ritual nojento só teve um fim quando ele tentou uma penetração. Mesmo sem entender direito, ver o meu “pai” com o pinto pra fora e tentando enfiar em mim, causou pânico. Minha vontade era correr... sumir. “Cadê minha mãe”, eu perguntava. Provavelmente, ficou com medo de eu fazer um escândalo. Dessa vez ele acuou.

Por deus, eu era UMA CRIANÇA! Até então, estava assustada, porém, calada. Ele não demonstrava nenhuma preocupação exagerada em relação a isso, só me pedia para não contar nada pra ninguém, muito menos pra minha mãe. E eu obedeci. Obedeço até hoje.

Depois de 27 anos, nunca tive coragem de contar nada pra minha mãe, e a consequência disso é ter que ainda conviver com esse monstro por perto. Perto de mim, perto das minhas filhas. Ninguém pode imaginar a angústia e o desespero que sinto toda vez que ele está por perto.

Meu “pai” ter tirado tão covardemente a minha inocência não foi o pior de tudo, pois as sequelas estão evidentes. Sou quase que incapaz de dedicar minha atenção às coisas simples, meu relacionamento com pessoas que amo tornou-se complicado, minha vida íntima não é confortável o suficiente, meus sonhos foram adormecidos e eu vivo neurótica com relação à segurança das minhas filhas. Um “inferno manso”, eu diria!

Lendo sobre o assunto e me abrindo com amigos, tomei coragem de falar com a minha irmã. Contar o que houve comigo. Acabei descobrindo que ela também foi abusada por nosso “pai”. Surpresa?! Acho que não! Dele eu espero coisa muito pior. Acho que a lista de abusos que ele cometeu ainda está longe de ser fechada. Infelizmente, sei que vou ouvir falar de outros casos como este na família. Seguindo a lógica, alguém capaz de tamanha maldade com as próprias filhas, esperaria o quê para fazer o mesmo com uma prima, cunhada, sobrinha ou irmã?

Jamais vou apagar o passado, mas queria limpar toda a sujeira que há em minha memória. As lembranças destroem minha autoestima, tiram meu sono e a minha paz. Sei que meu (nosso) silêncio é tudo que ele precisa. Ainda estou presa no medo de me revelar, mas já consigo ter noção de que EU SOU A VÍTIMA.

O primeiro passo já foi dado. Hoje pedi um espaço no facebook da Kamilla para contar a minha história. Mesmo sabendo que não vou ter minha identidade revelada, relembrar os detalhes do abuso e relatá-los “poeticamente” é algo muito difícil de fazer. Por um momento, é como se eu estivesse revivendo tudo o que meu “pai” me fez.

Espero que a coragem que tive inspire outras mulheres a, finalmente, clicarem no botão PUBLICAR – ainda que não se revelem. Acredito que juntas podemos chegar mais rápido a tão sonhada liberdade."

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O depoimento acima foi publicado dia 12 de novembro de 2015, no meu perfil pessoal do Facebook. Ele foi a "porta de entrada" para incentivar várias mulheres a contarem suas histórias. Se hoje o VeMulhé existe, foi graças a essa primeira iniciativa.

Um comentário:

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