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O que é o Projeto VeMulhé!?

quarta-feira, 10 de março de 2021

Eu fiquei em pé, aí um homem encostou em mim. Senti que ele estava muito grudado...



Um dia eu estava no ônibus, indo pra escola e o ônibus começou a encher de gente; ficou lotado. Eu fiquei em pé, aí um homem encostou em mim. Senti que ele estava muito grudado. Então eu percebi e sai do lugar.

Quando cheguei e falei com meus pais e minha irmã mais velha. Eles nem se importaram e ainda ouvi da minha irmã que: "se eu brigar com homem ele poderia me agredir" e que "não iria mudar nada". Só pra lembrar, eu tinha 15 anos quando tudo isso aconteceu. Não tive apoio nenhum da família.

Ainda me dói muito lembrar disso.

domingo, 26 de julho de 2020

Eu fui estuprada pelo meu marido várias e várias vezes e não sabia



A mulher, normalmente, idealiza um bom casamento com uma pessoa que vá ser companheira e dar suporte em muitos pontos na vida.

Não sei nem por onde começar…

Quando começamos a namorar, eu busquei compreender sempre a maneira grosseira como ele me tratava. Ficamos cinco anos juntos antes de, finalmente, casar. Sempre quis me colocar no lugar dele para dar continuidade ao relacionamento. Não tivemos relações sexuais durante o namoro e, acredito, que ele respeitava por questões religiosas. Embora sempre ficasse chateado por eu negar.

Vamos nos casar! Estava feliz no dia, mas HOJE, consigo perceber que essa alegria girava em torno das expectativas que eu tinha sobre o futuro. Eu sempre acreditei que ele mudaria após o casamento. Descobri, no dia da lua de mel, que eu não o amava. A fissura dele por transar era tão grande, que nós mal chegamos ao motel, e ele já demonstrava uma pressa surreal. Para uma virgem, isso é terrível. Sem outra alternativa, posso afirmar que foi um momento traumático. Creio que se tivesse acontecido com alguém realmente especial, teria sido incrivelmente inesquecível. O terror estava só no começo…

Sangrei tanto na minha primeira vez…

Durante as semanas seguintes não houve nenhuma pausa para que eu pudesse me recompor do sangramento e das dores. Tanto pela cobrança social quanto a dele própria, nós éramos jovens casados, portando, sexo todo dia! Percebo que um grande trauma começava daí. Eu passei a me perguntar se isso era mesmo o sentido de um casamento. Se precisávamos mesmo fazer sexo todos os dias.

Se eu ousasse falar “não”, era motivo de ele ficar com raiva. Meu anseio era pela chegada da minha menstruação. Era o único momento onde ele me “respeitava”. Geralmente, as preliminares são importantes, mas, naquela situação, acariciar o pênis dele era um momento de muita repulsa. Era terrível. Até porque, era nesse momento que ele mais me fazia lembrar dos abusos que eu sofri do meu próprio pai, desde os 5 anos de idade.

(Meu pai beijava minha boca, fazia sexo oral em mim e pedia para eu masturbá-lo. Isso sempre acontecia de madrugada. Colocava música caipira bem baixinho todas as vezes que ia me abusar. Sussurrava no meu ouvido: “eu sou seu papai”).

Quando eu estava no meu trabalho, a única coisa que eu pensava era em voltar pra casa e ter que ser usada por ele. Dá para contar os raros momentos em que eu senti vontade MESMO de fazer sexo. A maioria das vezes, quando ele encostava em mim (ele só encostava em mim para isso) eu falava que não queria. Claro, ele ficava emburrado. Então, para ele não ficar zangado, eu virava de costas e dizia: “pode meter”. E ele metia. Sem se preocupar com o fato de que eu nem conseguia lubrificação, sem nem se preocupar na dor que eu sentia. Eu fiz isso muitas vezes para evitar que ele ficasse de mal.

Contudo, ainda era obrigada a ouvir coisas como: “que casamento de merda é esse?”. Acredito que, para ele, casamento de qualidade se resumia a mulher sempre ceder às vontades dele. Eu sempre queria o “sexo” com luz apagada para ele não notar quando eu chorasse. Certa vez, eu não virei de costas e deixei ele meter de novo. Eu não conseguia nem beijá-lo. Fechei meus olhos com toda força e deixei ele fazer o que bem entendia. Ele beijava meu pescoço, beijava meus seios e eu apenas chorava sem esboçar nenhuma reação. Eu sentia que não deveria passar esse “choro” para ele. Com todo nojo, repulsa, agonia eu fiquei e esperei ele terminar de se deleitar do meu corpo.

Nunca tive libido estando com ele. Eu sentia que a culpa disso era minha. Fui ao médico, porque ele falava que eu não fazia questão de “ajudar em nada”. Fiquei extremamente frustrada. Eu ouvia propagandas de rádio sobre estimulantes sexuais e queria comprar, para poder sentir vontade de transar com meu marido. Fui à ginecologista e ela me disse que o anticoncepcional que eu tomava tirava um pouco a libido. Então, conversei com ele a respeito e ele me sugeriu trocar. Neguei. Afinal, o anticoncepcional indicado era três vezes mais caro. Resultado: ele achou ruim. Perguntou se eu queria “continuar desse jeito”.

Não só fui afetada fisicamente por ele, mas psicologicamente, moralmente…

Ele nunca me chamou de amor. Usava sempre apelidos pejorativos como “gambá”. Também não andávamos de mãos dadas. Nunca soube o que era carinho com ele, nem mesmo no meu processo depressivo. Um dia, eu estava me sentindo muito triste e ele ignorou totalmente como eu estava me sentindo. Ele foi deitar e eu fiquei na varanda, olhando pro tempo. Na rádio tocava uma música que falava de quando esperamos alguém de verdade para nossa vida. E era o que eu queria para a minha.

Com todo esse meu sofrimento, quem ainda terminou o casamento foi ele. Foi embora por estar de saco cheio “desse casamento de merda”. Sofri um pouco, mas foi uma libertação muito singular na minha vida. Com o tempo e outros relacionamentos, descobri que eu tenho libido SIM. E muito! E que a culpa desse “casamento de merda” nunca foi minha.

Descobri o que eu vivia dentro desse casamento, ao ter acesso à história de uma jovem de vinte anos que foi estuprada pelo próprio namorado. A maneira como tudo ocorreu, me despertou para um ponto crucial que reside dentro de tantos “lares”: sexo sem consentimento. Eu fui estuprada pelo meu marido várias e várias vezes e não sabia. Só descobri que isso aconteceu comigo depois de ouvir o que houve com outra mulher.

De certo modo, não devemos julgar as mulheres que vivem dentro de relacionamentos abusivos, pois nem todas têm a percepção tão precisa quanto quem vê de fora.


Julgar é sempre mais fácil.

terça-feira, 9 de junho de 2020

eu tinha 9 anos e ouvia meu tio falar: "ta quase ficando boa, hein", e pegava em meus seios


Eu não sei bem por onde começar. Acredito que você vai me entender. 
Tenho 24 anos, sou independente, já alcancei muitos objetivos dos quais eu queria. Me sinto segura do que quero fazer em minha vida na carreira profissional. Sou uma mulher batalhadora, forte, determinada. Sei que tenho potencial pra chegar onde quero. Porém acredito que os setores da vida têm que estar em harmonia pra que o desenvolvimento seja alcançado. 

As vezes não somos o que os outros pensam que somos. Um sorriso no rosto não define felicidade. Eu nunca gostei de meu corpo, desde de minha adolescência, principalmente de meus seios. Por muitos anos busquei respostas pra isso mas nunca achei nada que me explicasse o ódio que eu tenho de meu corpo. 

Tive um relacionamento de cinco anos. O último ano foi abusivo e violento. Fiz sexo sem vontade, sem prazer, fazia por fazer mas vontade não tinha. O que eu mais queria era apoio pra que eu pudesse sair daquele relacionamento, mas não tive. Pelo contrário, muitos conflitos acabaram me afastando de minha família e amigos, isso era a última coisa que eu queria, mas acabou acontecendo pelo fato de me julgarem e eu não saber o que fazer. 

A coragem de terminar veio de mim. Sozinha, terminei e fui fazer minha vida. Hoje depois de alguns anos os traumas do relacionamento ainda vivem comigo, mas o que ninguém sabe é que esses traumas, o ódio de meu corpo, a vontade que as vezes tenho de cometer suicídio e angústia, raiva e até mesmo o medo de manter relacionamento, é coisa da minha infância e adolescência. São coisas de quando eu tinha 9 anos e ouvia meu tio falar: "ta quase ficando boa, hein", e pegava em meus seios que ainda estavam se desenvolvendo. Fora às vezes que pegava na minha bunda. 

Era ter que ouvir coisas absurdas quando muitas vezes tentei falar pra minha mãe. Foi assédio de tios, primos e conhecidos de meus pais. Palavras, frases, gestos, que até hoje permanece em minha memória. Coisas que as vezes pesam e o único pensamento é de suicídio. Não é fácil ser mulher, ainda mais sendo de uma família machista. 

Hoje, mesmo independente, a cobrança em cima de mim é a de que tenho que casar. Sendo que nesse momento não é o que quero. O que eu quero ninguém dá muita importância.

Uma parte de mim que ninguém conhece é essa. Por detrás dessa mulher forte, corajosa e de um sorriso lindo, mora uma mulher que pede socorro, mas que não pode falar pelo medo de ser julgada mais uma vez.

Acho que é isso. Nunca falei sobre mim pra ninguém, por medo. 
Publique, se isso ajudar outras mulheres!

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Eu nunca havia me sentindo tão suja, tão humilhada, tão destruída e com tanta vergonha



Tenho vinte e quatro anos, sou mãe de uma princesa de nove, e sim, engravidei muito nova. 

Entre os meus 16 e 17 anos, fui estuprada e carrego marcas disso até hoje. Foi o pior que poderia ter me acontecido. Afinal, uma coisa é você conceder uma relação; outra é você ser pega à força. 

Já se passaram mais de 7 anos e aquela cena não sai do meu pensamento. É como se eu a revivesse quase diariamente. Como fui mãe muito nova, tive que estudar à noite. 

Certo dia, indo para escola, fui abordada por um cara drogado. Ele me puxou pelos cabelos e me arrastou pro matagal, gritando o tempo inteiro comigo. Em seguida, cortou todo o meu cabelo. Depois me espancou e me estuprou. 

Eu nunca havia me sentindo tão suja, tão humilhada, tão destruída e com tanta vergonha. Ele foi embora e me deixou ali ferida e com as minhas roupas todas rasgadas. A única coisa que eu conseguia fazer era chorar. 

Voltei correndo para casa praticamente nua. Não tive coragem de entrar, então fiquei sentada no portão chorando muito e desesperadamente. Meu padrasto saiu e quando o vi, a única coisa que eu soube fazer foi correr para dentro do banheiro e tomar um banho. Não queria sair debaixo do chuveiro. Ele, desesperado, começou a bater na porta e me perguntar o que tinha acontecido. Eu estava com muita vergonha. 

Logo depois, minha mãe e meu irmão chegaram em casa e me viram naquela situação. Contei por alto o que havia acontecido e eles me levaram para a delegacia. Dei meu depoimento, fui para ao IML, logo após, ao hospital tomar todos aqueles coquetéis. Nossa... como eram horríveis! Passei mais de seis meses tomando diariamente. 

Tentei suicídio várias vezes porque nada diminuía aquela dor de invasão que eu estava sentindo. Tive acompanhamento de uma psicóloga por mais de dois anos, então, fui voltando a ter uma vida, aparentemente, normal. Lógico que existem momentos felizes, mas até hoje ainda dói em mim. E o que poucos sabem é que essa dor persiste, pois quem está de fora, depois de um tempo, esquece. Acham que foi superado, mas só quem é estuprada sabe, de fato, como se sente por dentro e como é difícil.

Em relação aos meus cabelos, ainda não consigo pensar em deixá-los crescer. Eram lindos e longos. Até dois anos atrás, eu os cortava escondida para retardar o crescimento. As pessoas sempre me falam que devo superar, que devo seguir em frente; que devo sim permitir que meus cabelos cresçam novamente. Eu já tentei, mas, para mim, é muito doloroso. Machuca... é uma guerra minha comigo mesma todos os dias.

É um terror lembrar! Sinto que estou revivendo tudo que aconteceu. Pois só eu sei o inferno que passei naquele lugar, com aquele cara, àquela noite.

A gente luta pela própria vida dia após dia.

terça-feira, 28 de abril de 2020

Um dos caras que estava por lá, me encontrou apagada e disse às minhas amigas que iria cuidar de mim


Bom, se eu resumir, beeeeem resumido, foi assim:
Estava no curso de música; piorei da depressão; saí do curso. Quando pensei que iria me recuperar, meu melhor amigo se matou. Fui a segunda pessoa a vê-lo enforcado. Tive uma recaída f#da.

Alguns amigos, na esperança de me fazer distrair, me levaram pra casa de uma amiga pra ver um jogo da copa. Eu não estava bem. Um tempo depois, eles saíram para deixar um boy no ponto de ônibus e eu fiquei sozinha. Tomei uma garrafa de cachaça de uma vez. Apaguei. Um dos caras que estava por lá, me encontrou apagada e disse às minhas amigas que iria cuidar de mim. Resultado: fui estuprada. Contraí HPV.

Com o tempo, percebi que estava doente. Eu tenho apenas alguns flashes do que aconteceu, mas juntei as peças. Então, fui atrás dele para tirar satisfação. E ele me disse que estava sentindo saudade daquela noite. Passou a me mandar muitas mensagens e me abordar na saída do trabalho. Me seguir. Sempre se insinuando.

Eu fiz todo o tratamento escondida. Por sorte, estava trabalhando e consegui comprar remédios e fazer consultas. Também fiz teste de HIV, porque fiquei com um medo do c#r$lho. Graças a Deus, deu negativo pra HIV, só que fiz um tratamento muito pesado contra o HPV. Hoje estou curada, mas o tratamento é f#da.

Daí comecei a ter problemas com álcool. Não bebo todo dia. Inclusive, passei anos sem beber, mas quando eu bebo, é pra cair!

|Tem gente depressiva que se corta. Eu tenho um piercing pra cada surto|


|Raspei a cabeça porque não estava aguentando. Eu não conseguia tomar banho... Às vezes ainda não consigo. Fui me desfazendo do cabelo por não conseguir mais cuidar|



|Tento ser o mais normal possível. A música e o trabalho, são meu combustível|

quarta-feira, 22 de abril de 2020

ele foi até o fim. Gozou, e depois saiu reclamando! Mesmo depois disso, eu ainda achava que gostava dele


Ele foi o primeiro homem da minha vida !
Parecia ser tudo perfeito, com ele tive todas as descobertas, o primeiro  orgasmo...
Mas apesar de tudo, alguma coisa me incomodava: Ele era insaciável, queria sexo toda hora! 
E assim fui levando, muitas vezes fazendo sexo por fazer... mesmo sem vontade, mas nunca neguei...
Entretanto, com o passar do tempo, foi ficando insustentável! Eu já não queria mais fazer sem vontade, afinal, doía! Tinha infecções de urina recorrentes.

E comecei a negar...  mas ele não aceitava ouvir nãoFazia chantagens emocionais. E eu acabava cedendo. Já teve situações de eu acordar com ele se masturbando cima de mim. Eu fui começando a tomar nojo dele, mas ao mesmo tempo ainda era apaixonada! (Por incrível que pareça).

Um dia, mexendo no computador dele, descobrir que ele acessava vários sites de pornografia, o que me deixou com mais nojo! E eu tentei desabafar com ele, dizendo que ainda gostava dele, mas no momento não estava com vontade de ter relações sexuais. Claro que ele não entendeu. Fez todos os tipos de chantagens emocionais, e quando viu que eu realmente não ia ceder, ele me segurou e teve relações a força! Eu chorava... mas ele foi até o fim. Gozou, e depois saiu reclamando! Mesmo depois disso, eu ainda achava que gostava dele, e continuei o relacionamento. Me lembro que sempre inventava desculpas, sempre brigávamos... 

Um dia, saímos, bebemos... Eu cheguei em casa praticamente desmaiada. Quando acordei estava toda suja de ejaculação. Ele tinha transado comigo totalmente desacordada! Por outros motivos, acabamos terminando! E até então, eu não tinha noção que tinha sido estuprada diversas vezesIsso me atrapalhou em várias situações.

Depois de um tempo comecei a namorar com outra pessoa,  mas tinha nojo de sexo, e não conseguia manter relações sexuais com ele! Terminei o namoro e coloquei na cabeça que tinha que tirar esse trauma de mim. E comecei a fazer sexo aleatoriamente, tentando achar uma pessoa que pudesse me satisfazer. Bebia, fantasiava... e ia pra cama, no início excitada! Mas perdia a vontade muito rápido, e no final, me sentia pior ainda!

Fiz terapias! Consegui me libertar desse trauma. Hoje sou casada, e em nada essa história atrapalha meu casamento. Apenas colho algumas consequências das atitudes que tive.


[quando terminei o namoro, ele não aceitou o fim e ameaçava me matar]
[às vezes eu saía da faculdade e ele estava na porta me olhando. Eu gelava...]




quinta-feira, 16 de abril de 2020

Ele desligou a tv, deitou do meu lado (tudo totalmente escuro) e colocou uma faca de açougueiro nas minhas costas. Tapou minha boca e...


Eu tinha 15 anos na época, quando conheci meu irmão ( por parte de mãe ). Não fui criada próxima a ele. O conheci já com 20 anos de idade. Tudo começou quando ele foi morar na minha casa. Eram só dois quartos e eu dividia um com a minha irmã que, na época, tinha uns 10 anos. Como minha irmã era a mais nova, passou a dormir com meus pais e eu no outro quarto com ele

Passei duas noites tranquilas. Meu irmão não dormia. Passava horas no vídeo game. Basicamente, trocava a noite pelo dia. Então, uma certa vez, eu já tava deitada. Era 1h30 da madrugada. Ele desligou a tv, deitou do meu lado (tudo totalmente escuro) e colocou uma faca de açougueiro nas minhas costas. Tapou minha boca e me estuprou. Tanto por frente quanto por trás. Lembro que demorou cerca de 50 minutos. Em seguida, ele me deu um beijo na testa e disse: "te amo, maninha! Mas, se você gritar ou falar pra alguém, eu mato você!" ...e foi dormir. 

Fiquei em claro a noite inteira. Não sabia se chorava ou se só ficava ali olhando pro escuro. No dia seguinte fiz tudo normalmente. Tentei agir como se nada tivesse ocorrido, e ele, como se nunca tivesse existido ali. À noite, optei por dormir na casa de umas amigas. Passei uns três dias lá. Fui em casa pra poder pegar umas roupas, pois estávamos de férias do colégio, e íamos viajar juntas. 

Cheguei em casa, peguei as roupas e fui tomar um banho. A porta do banheiro era sanfonada. Enquanto lavava o cabelo, tive a sensação de alguém estar me olhando. Quando abrir os olhos, lá estava ele me admirando por cima da porta. Eu, simplesmente, joguei a escova de pés na lâmpada e a quebrei. Desliguei o chuveiro e falei: "nossa! a luz queimou". Me vesti e dali eu saí. Durante o restante do dia, não o vi mais. Na realidade, eu mal o via. Ele usava drogas. Passava mais tempo na rua que em casa. Optei, então, por dormir na sala sempre que ele estivesse em casa.

Eu já sabia que ninguém ia acreditar em nada, afinal de contas, ele era considerado o "bebê da casa" (principalmente pela minha mãe). Então, convivi com isso durante anos.

Graças a Deus, ele acabou fazendo uma "merda" muito grande em relação às drogas, e minha família o mandou de volta de onde ele veio. Desde então, não o vi mais. No entanto, ele me liga sempre. Diz que está com saudade.

Hoje, tem até filha. Um bebê de três aninhos. Não sei onde vive agora. O bloqueei em tudo, para evitar qualquer tipo de contato.

Espero um dia poder esquecer tudo isso...

Eu fiquei em pé, aí um homem encostou em mim. Senti que ele estava muito grudado...

Um dia eu estava no ônibus, indo pra escola e o ônibus começou a encher de gente; ficou lotado. Eu fiquei em pé, aí um homem encostou em mim...